Diário de Grávida – Capitulo 6

Medos e indecisões, essas são duas coisas que me acompanham nessa fase, mas acho que é normal, aliás, com todas as mães que tenho conversado foi assim ou parecido.

Mas também né gente, na vida, quem não teve medo ou ficou indeciso com algo, acho que todo mundo teve, tem ou vai ter seu momento, não importa o fator que o proporcione tais sentimentos.
Obviamente que eu por estar atravessando esse caminho de não grávida para grávida e logo adiante mãe é meio que uma situação mais intensa, tudo é novo, tudo é bem instável, seu corpo, sua mente, seu espirito, parece que cada um vai para uma direção diferente rs, as vezes dá vontade de apertar o pause para organizar a situação, mas como isso não é possível a gente vive, ou convive esperando e trabalhando para que o melhor lá na frente possa acontecer.


Agora focando nessa fase da gestação e exatamente nesses meus medinhos e indecisões, quero compartilhar aqui com as mamães ou futuras mamães o que passou e anda passando pela minha cabeça.

Lúpus – eu sou diagnosticada com essa doença que por sua vez não tem cura, mas que se o paciente tem acompanhamento regular e segue as orientações médicas à risca, não precisa se preocupar. As medidas paliativas no meu caso se resumem a uma formulação em comprimidos que tomo diariamente e me mantem estável, mantenho consultas regulares e exames semestrais, agora grávida tenho consultas mensais e exames mais frequentes, também suspendi a ingestão do medicamento que por sua vez é contraindicado na gestação, mas estou bem.

Num primeiro instante, antes de engravidar, mas no período de preparação eu conversei com a minha médica (Reumatologista Drª Berenice Canova) sobre a questão do “engravidar”, a partir de informações da internet e de depoimentos reais de conhecidos que tem ou conhecem alguém no mesmo/ parecido quadro clinico que o meu, engravidar poderia ser difícil, talvez até impossível. Não me desesperei, meus exames e diagnósticos pareciam tão positivos e foi assim mesmo, em conversa com a doutora perguntei se havia algum exame que poderia dizer se meu lúpus me impedia de engravidar, segundo ela não era bem assim, meu corpo reagia bem a medicação, apesar de ainda não ser capaz de não conseguir suspende-la, mas que eu deveria tentar, só assim saberíamos se daria ou não certo e passaríamos para outra etapa.

Segui com o plano, consultei meus médicos de rotina, fiz exames, mudei meu plano de saúde e parei de tomar o contraceptivo de cada dia. Achei que ia ser bem rápido, estava tão animada com a ideia de engravidar que pensei, vai ser muito tranquilo, certeza que engravido imediatamente.

Não foi bem assim, a gente sabe que tem que desencanar das coisas que queremos, deixar a ansiedade de lado, viver um dia de cada vez, mas não é bem assim que as coisas acontecem, infelizmente a nossa mente pode nos trair e aquela ansiedade que na nossa cabeça é uma ciosa leve e sem malicia, pode ser o maior problemão no sentido de atingir o objetivo final.

No meu caso, eu estava a todo vapor, minha sobrinha acabará de nascer, nossa chega brilhava os olhos ao olhar pra ela, toda aquela realidade que minha irmã estava vivendo, era eu idealizando aquilo para mim em poucos segundos. Meu esposo também estava bastante animado, ele sempre quis muito ser pai, o nascimento da Alice meio que multiplicou nossas emoções positivas para isso e foi o que desandou tudo, pelo menos eu acho.

Todo mês uma expectativa enorme, mas a sinalização mensal não parava de vir, menstruava e virava a página, querendo ser positiva, mas comecei a temer ao longo dos meses. Será que eu não poderia engravidar?

Foram 7 meses certeiros de tentativas, nas ultimas já nem pensava mais na possibilidade de estar grávida pois foram tantas frustradas, sinceramente, já estava querendo procurar um médico, mas eu sabia que para ir a um especialista teria que ter tentado pelo menos 1 ano inteirinho.

Lembro-me que no começo de 2017 eu meio que me frustrei com um outro assunto, fatores profissionais, isso meio que me fez desencanar do assunto gravidez e me deixou fixada nesse fato, foi bem antes das férias, então passei o carnaval bem P*** da vida e voltando do feriado colocaria em pratica outros projetos.

Em fevereiro eu me esqueci de monitorar a menstruação, senti uma ponta de esperança com o assunto gravidez e fiz um teste de farmácia, mas ... não foi dessa vez.

Segui o roteiro normalmente, me preparei para as férias e nem pensei em gravidez ou problemas no trabalho, de malas prontas partimos para Buenos Aires, conhecer a tão falada Argentina, gente sinceramente não curti muito, esperava mais desse país vizinho, mas não vou dar detalhes agora. Lá eu senti falta da água, a de lá parecia salgada, os dias seguiram assim, com sede e tomando Gatorade até dizer chega, me sentia desidratada, fraca, cansada, mas tudo que tinha pra fazer a gente fez, não ficou faltando nada.

Voltando da viagem eu não me senti bem, pensei em tomar o chá mais milagroso e perigoso de todos, chá de boldo, mas um alerta na cabeça: e se eu estiver grávida, boldo vai fazer mal.

Decidi então fazer um teste de farmácia, sem muita expectativa, só pra fazer mesmo, parece que eu sabia que ia ser negativo, afinal, em meados de fevereiro eu já tinha feito e deu negativo, então...
Voilà, não é que deu positivo!!! Santo Deus, acho que estou grávida; pensei eu.

Não me conformei com o teste de farmácia e fui ao hospital, com todos os sintomas possíveis, conversei com a plantonista que me parabenizou, confirmou de olho o exame de farmácia e pediu um de sangue, eu ainda descrente, fiz o tal exame, com resultado em mãos ainda fiquei vacilante, agora queria ouvir o coração do bebê para ter certeza mesmooooo que estava acontecendo.rs

Tão vendo, medos e receios de uma mãe de primeira viagem, hoje dou risada com tudo isso, mas conversando com a minha própria mãe que gargalhou com as minhas histórias e balançou a cabeça afirmando meus medos e até compartilhou suas experiências comigo, me deixando mais calma, só um pouco mais calma, pois cada dia aparece um fato novo pra eu ter medo e indecisão, mas eu acho que estou caminhando bem, tenho conversado com amigas, mantido bom relacionamento com a Obstetra e por aí vai.

Tem dias que gargalho com minhas dúvidas, tem dia que fico meio apreensiva, mas cada dia é um dia e com certeza para tudo tem uma resposta, basta encarar firme e forte até que tudo se ajeite como planejado.

A certeza maior que tenho é que Deus está olhando aqui pra baixo e agindo para que tudo corra bem comigo, com a Aria, com o papai dela, com a nossa família, com a sua, com a da nossa amiga, com todo mundo, ele tem um plano perfeito para todos nós, basta enxergarmos o caminho, seguirmos e não duvidar nunca.

É isso, pensei que poderia fazer uma listinha de medos e indecisões nesse post, mas não deu, rs ficou longo demais, vamos seguindo e vou compartilhando tudo pouco a pouco.

BjooOOO

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