Medos e indecisões, essas são duas coisas que
me acompanham nessa fase, mas acho que é normal, aliás, com todas as mães que
tenho conversado foi assim ou parecido.
Mas também né gente, na vida, quem não teve medo ou ficou indeciso
com algo, acho que todo mundo teve, tem ou vai ter seu momento, não importa o
fator que o proporcione tais sentimentos.
Obviamente que eu por estar atravessando esse caminho de não
grávida para grávida e logo adiante mãe é meio que uma situação mais intensa,
tudo é novo, tudo é bem instável, seu corpo, sua mente, seu espirito, parece
que cada um vai para uma direção diferente rs, as vezes dá vontade de apertar o
pause para organizar a situação, mas como isso não é possível a gente vive, ou
convive esperando e trabalhando para que o melhor lá na frente possa acontecer.
Agora focando nessa fase da gestação e exatamente nesses
meus medinhos e indecisões, quero compartilhar aqui com as mamães ou futuras
mamães o que passou e anda passando pela minha cabeça.
Lúpus – eu sou
diagnosticada com essa doença que por sua vez não tem cura, mas que se o
paciente tem acompanhamento regular e segue as orientações médicas à risca, não
precisa se preocupar. As medidas paliativas no meu caso se resumem a uma
formulação em comprimidos que tomo diariamente e me mantem estável, mantenho
consultas regulares e exames semestrais, agora grávida tenho consultas mensais
e exames mais frequentes, também suspendi a ingestão do medicamento que por sua
vez é contraindicado na gestação, mas estou bem.
Num primeiro instante, antes de engravidar, mas no período
de preparação eu conversei com a minha médica (Reumatologista Drª Berenice
Canova) sobre a questão do “engravidar”,
a partir de informações da internet e de depoimentos reais de conhecidos que
tem ou conhecem alguém no mesmo/ parecido quadro clinico que o meu, engravidar
poderia ser difícil, talvez até impossível. Não me desesperei, meus exames e
diagnósticos pareciam tão positivos e foi assim mesmo, em conversa com a
doutora perguntei se havia algum exame que poderia dizer se meu lúpus me
impedia de engravidar, segundo ela não era bem assim, meu corpo reagia bem a
medicação, apesar de ainda não ser capaz de não conseguir suspende-la, mas que
eu deveria tentar, só assim saberíamos se daria ou não certo e passaríamos para
outra etapa.
Segui com o plano, consultei meus médicos de rotina, fiz
exames, mudei meu plano de saúde e parei de tomar o contraceptivo de cada dia.
Achei que ia ser bem rápido, estava tão animada com a ideia de engravidar que
pensei, vai ser muito tranquilo, certeza que engravido imediatamente.
Não foi bem assim, a gente sabe que tem que desencanar das
coisas que queremos, deixar a ansiedade de lado, viver um dia de cada vez, mas
não é bem assim que as coisas acontecem, infelizmente a nossa mente pode nos
trair e aquela ansiedade que na nossa cabeça é uma ciosa leve e sem malicia,
pode ser o maior problemão no sentido de atingir o objetivo final.
No meu caso, eu estava a todo vapor, minha sobrinha acabará
de nascer, nossa chega brilhava os olhos ao olhar pra ela, toda aquela
realidade que minha irmã estava vivendo, era eu idealizando aquilo para mim em
poucos segundos. Meu esposo também estava bastante animado, ele sempre quis
muito ser pai, o nascimento da Alice meio que multiplicou nossas emoções
positivas para isso e foi o que desandou tudo, pelo menos eu acho.
Todo mês uma expectativa enorme, mas a sinalização mensal
não parava de vir, menstruava e virava a página, querendo ser positiva, mas
comecei a temer ao longo dos meses. Será que eu não poderia engravidar?
Foram 7 meses certeiros de tentativas, nas ultimas já nem
pensava mais na possibilidade de estar grávida pois foram tantas frustradas,
sinceramente, já estava querendo procurar um médico, mas eu sabia que para ir a
um especialista teria que ter tentado pelo menos 1 ano inteirinho.
Lembro-me que no começo de 2017 eu meio que me frustrei com
um outro assunto, fatores profissionais, isso meio que me fez desencanar do
assunto gravidez e me deixou fixada nesse fato, foi bem antes das férias, então
passei o carnaval bem P*** da vida e voltando do feriado colocaria em pratica
outros projetos.
Em fevereiro eu me esqueci de monitorar a menstruação, senti
uma ponta de esperança com o assunto gravidez e fiz um teste de farmácia, mas
... não foi dessa vez.
Segui o roteiro normalmente, me preparei para as férias e
nem pensei em gravidez ou problemas no trabalho, de malas prontas partimos para
Buenos Aires, conhecer a tão falada Argentina, gente sinceramente não curti
muito, esperava mais desse país vizinho, mas não vou dar detalhes agora. Lá eu
senti falta da água, a de lá parecia salgada, os dias seguiram assim, com sede
e tomando Gatorade até dizer chega, me sentia desidratada, fraca, cansada, mas
tudo que tinha pra fazer a gente fez, não ficou faltando nada.
Voltando da viagem eu não me senti bem, pensei em tomar o
chá mais milagroso e perigoso de todos, chá de boldo, mas um alerta na cabeça:
e se eu estiver grávida, boldo vai fazer mal.
Decidi então fazer um teste de farmácia, sem muita
expectativa, só pra fazer mesmo, parece que eu sabia que ia ser negativo,
afinal, em meados de fevereiro eu já tinha feito e deu negativo, então...
Voilà, não é que deu positivo!!! Santo Deus, acho que estou
grávida; pensei eu.
Não me conformei com o teste de farmácia e fui ao hospital,
com todos os sintomas possíveis, conversei com a plantonista que me
parabenizou, confirmou de olho o exame de farmácia e pediu um de sangue, eu
ainda descrente, fiz o tal exame, com resultado em mãos ainda fiquei vacilante,
agora queria ouvir o coração do bebê para ter certeza mesmooooo que estava acontecendo.rs
Tão vendo, medos e receios de uma mãe de primeira viagem,
hoje dou risada com tudo isso, mas conversando com a minha própria mãe que
gargalhou com as minhas histórias e balançou a cabeça afirmando meus medos e
até compartilhou suas experiências comigo, me deixando mais calma, só um pouco
mais calma, pois cada dia aparece um fato novo pra eu ter medo e indecisão, mas
eu acho que estou caminhando bem, tenho conversado
com amigas, mantido bom relacionamento com a Obstetra e por aí vai.
Tem dias que gargalho com minhas dúvidas, tem dia que fico
meio apreensiva, mas cada dia é um dia e com certeza para tudo tem uma
resposta, basta encarar firme e forte até que tudo se ajeite como planejado.
A certeza maior que tenho é que Deus está olhando aqui pra
baixo e agindo para que tudo corra bem comigo, com a Aria, com o papai dela,
com a nossa família, com a sua, com a da nossa amiga, com todo mundo, ele tem
um plano perfeito para todos nós, basta enxergarmos o caminho, seguirmos e não
duvidar nunca.
É isso, pensei que poderia fazer uma listinha de medos e
indecisões nesse post, mas não deu, rs ficou longo demais, vamos seguindo e vou
compartilhando tudo pouco a pouco.
BjooOOO